A Paróquia Santo Antônio de Chapecó foi criada por Dom Daniel Hostin, Bispo de Lages, aos 13 de junho de 1931 (cf. decreto nº 6 da Cúria de Lages). A ereção da paróquia foi em regozijo pela passagem do 7º centenário da morte de Santo Antônio de Pádua (ocorrida aos 13/06/1231).
A Paróquia Santo Antônio foi desmembrada da paróquia de Palmas, no Paraná, mas continuou sendo atendida pelos padres Franciscanos da Província da Imaculada Conceição, do Sul do Brasil. De 1931 a 1940, os padres eram itinerantes e percorriam a região em lombo de burro. Os padres franciscanos, que trabalhavam em Chapecó, vinham de Palmas e recebiam jurisdição do Bispo de Ponta Grossa, D. Antônio Mazarotto, embora a paróquia estivesse em território catarinense e sob a jurisdição do bispo de Lages.
No dia 09/12/1933, o Papa Pio XI criou a prelazia de Palmas e a paróquia de Chapecó passou a pertencer a essa prelazia. Abrangia os atuais municípios de Chapecó, Xaxim, Xanxerê, Faxinal dos Guedes, Vargeão, Abelardo Luz, São Domingos, Quilombo, Coronel Freitas, Caxambú do Sul e Águas de Chapecó. Somente a partir de 25 de julho de 1940 Chapecó passou a ser paróquia com residência independente de Palmas, quando D. Carlos Eduardo Sabóia Bandeira de Mello nomeou Frei Evaldo Bamberg vigário de Chapecó, com sede na mesma cidade.
A primeira igreja matriz da paróquia, de madeira, foi construída entre os anos de 1938 e 1940. Essa foi a igreja destruída pelo “famoso” incêndio, na noite de 04 para 05 de outubro de 1950. Dela sobrou apenas a torre.
Em 1951 chegou o frei João Vianey Erdrich. Foi ele o responsável pela criação de toda a infra-estrutura material da paróquia que possibilitou, inclusive, a criação de nova diocese com sede em Chapecó. Aos 08/12/51 era lançada a pedra fundamental da igreja matriz, hoje Catedral de Chapecó. Cinco anos depois, dentro da celebração dos 25 anos de fundação da paróquia, D. Carlos Eduardo Sabóia Bandeira de Mello, Bispo prelado de Palmas, inaugurou e abençoou solenemente a nova igreja matriz. Por ocasião dos 50 anos de sua construção (1956-2006) e sob a coordenação de Pe. Egídio Balbinot, a Catedral foi totalmente restaurada e dedicada no dia 10 de junho de 2006 pelo bispo D. Manoel João Francisco.
Frei João também foi responsável pela construção da atual casa paroquial, da residência do Bispo de Chapecó, do Seminário Diocesano, iniciado em 1959, para cuja construção teve participação decisiva a Paróquia Santo Antônio de Chapecó. Frei João deixou de ser pároco aos 09/03/69, mas permaneceu na paróquia da catedral até o fim de 1970. No início de 1971, passou a residir na casa do Bispo, ficando ligado, para efeito da regra franciscana, à Paróquia de Xaxim.
Os Párocos que exerceram seu ministério na paróquia Santo Antônio foram: 1) Frei Plácido Rohlf, de 13/06/1931 até fins de 1932; 2) Frei Silvério Foeker, de 1933 a inícios de1940. (Esses dois primeiros párocos eram itinerantes e cuidavam de toda a região da Grande Palmas, que incluía, como paróquia anexa, a cidade de Chapecó). 3) Frei Evaldo Bamberg, de 28/08/1940 a 25/07/1942. Foi o primeiro vigário com residência fixa em Chapecó. 4) Frei Roberto Ebbert, de 25/07/1942 a 25/01/1951. 5) Frei João Vianey Erdrich, de 25/01/1951 até 16/02/1963. Nessa data os padres franciscanos entregaram a paróquia da Catedral ao Bispo. Mas de fato, frei João continuou como pároco junto com padres seculares até 09/03/69. 6) Pe. Romualdo Dionísio Zimmer, de 09/03/69 a 17/02/1980. 7) Pe Adayr Mário Tedesco, de 17/02/80 a 12/02/89. 8) Pe Ivo Pedro Oro, de 12/02/89 a 18/02/90. 9) Pe. Clair José Lovera, de 18/02/90 a 01/02/95. 10) Pe. Alcido Luiz Kunzler, de 01/02/95 a janeiro de 2003. 11) Pe. Egídio Balbinot (a partir de fevereiro de 2003 até hoje).
Antes da criação da Diocese de Chapecó, o trabalho pastoral consistia nas “desobrigas” dos padres itinerantes que visitavam as comunidades para a administração dos sacramentos.
Com a instalação da Diocese, em 1959, e a vinda do primeiro bispo, teve início um processo de renovação da liturgia. Na catedral havia missas comentadas e transmitidas pela Rádio Chapecó, que eram acompanhadas com aparelhos de rádio nas igrejas do interior. Ainda nesta época iniciou-se o trabalho de assistência às populações mais carentes da periferia, através da Legião de Maria e da Ação Social. Surgiram também as equipes diocesanas das vocações e da catequese e o Movimento Familiar Cristão.
Com o Concílio Vaticano II e a vinda de Dom José Gomes, em 1968, tendo como pároco o Pe. Romualdo, passou-se a focalizar mais a Igreja-povo, a Igreja-comunidade. Começou a formação de uma equipe paroquial de pastoral com a participação de leigos. Foram escolhidos os primeiros conselhos administrativos paroquiais. Iniciou-se o processo da renovação da catequese, a evangelização de adultos e a formação de lideranças. No fim da década de 60 foram introduzidos os círculos bíblicos.
No início dos anos 70, o centro da cidade foi organizado em setores divididos em núcleos. Aí acontecia a catequese, dízimo, atendimento aos doentes, organização das capelinhas e celebrações nas casas. Ainda nessa época surgiram diversos movimentos de Igreja, como o Cursilho de Cristandade, para casais, e TLC (Treinamento de Lideranças Cristãs), para jovens. Em fins da década de 70 foram realizados os treinamentos para lideranças e os primeiros ministros da eucaristia receberam o envio. A partir de 1974 são organizados os grupos de reflexão, verdadeira escola de fé para adultos, sendo na diocese a Paróquia Santo Antônio a pioneira nesse projeto.
Dentro da linha da Conferência de Puebla, a paróquia fez sua opção preferencial, olhando a realidade a partir dos mais necessitados, através de um Plano de Pastoral que teve como prioridades: a pastoral de periferia, a pastoral das comunidades do interior, a pastoral da juventude, a formação de lideranças e o incentivo aos grupos de reflexão. Essa nova caminhada provocou tensões entre o modo tradicional e o novo modo de ser Igreja, este como fermento transformador na sociedade.
A partir do ano 91, a equipe da Paróquia Santo Antônio iniciou um processo de descentralização da atuação pastoral. Para um melhor atendimento, levando em conta a proximidade e considerando as diferentes características culturais, foram formadas cinco regiões pastorais. A experiência, segundo avaliações feitas nas próprias regiões, indicou um atendimento mais qualificado e próximo, tanto às comunidades, como às lideranças.
A partir de 1995, houve uma nova re-estruturação das equipes de cada região, com mais autonomia pastoral e financeira. As Regiões Pastorais abrangem ao todo 74 comunidades. Ficaram assim constituídas: Região Nordeste, com 23 comunidades; Região Sudeste, com 15 comunidades (a esta foram incorporadas as comunidades da Paróquia do Seminário, que foi extinta); Região Norte, com 14 comunidades (a esta região foram incorporadas seis comunidades desmembradas da Paróquia São Cristóvão); Região Centro, com quatro comunidades (por ser a comunidade mãe da Paróquia e também da Diocese, diversos padres atuaram nesta região); Região Sul, com 12 comunidades.
Todas as comunidades estão organizadas com o Conselho de Pastoral que se ocupa com as atividades pastorais e também da parte econômica e do patrimônio. Temos ainda o Conselho de Pastoral Paroquial, que é formado a partir das representações de cada Região Pastoral.